quinta-feira, 24 de abril de 2008

RACISMO EM CAMPO

A justiça libertou na noite de ontem o jogador Ivo do América de Natal, preso após xingar um policial militar. Duarante um jogo entre América e Potiguar de Mossoró, no estádio Nogueirão, em Mossoró, o jogador se revoltou ao ser expulso e chamou de "macaco" um dos policiais que auxiliavam sua retirada de campo. Detido em flagrante, Ivo irá responder em liberdade pelo crime de injúria qualificada. Apesar de ter sido acusado de racismo pela vítima (artigo 140 do Código Penal), em casos como este a justiça costuma entender que houve ofensa a um indivíduo apenas e não a todo o grupo racial. Os dois crimes prevêm pena de 1 a 3 anos de detenção, sendo que a injúria permite o pagamento de fiança para que o acusado responda o processo em liberdade.

Em casos como este ficamos frente a frente com o preconceito que muitos dizem aqui não existir. O racismo ainda permanece arraigado em nossa estrutura social, mas fica latente, escondido sob as convenções sociais. O negro é igual ao branco e é inadequado dizer o contrário, mesmo que se pense assim. Mas quando o negro é o namorado da filha branca, a situação costuma mudar de figura. Da mesma forma, quando o negro está em posição hierárquica superior ou que represente poder, como no caso do jorgador, vem à tona sem máscara a inferiorização a que a raça ainda hoje é submetida. Como reflexão sobre este e tantos outros casos, me veio à cabeça a pergunta-tema da campanha promovida por entidades civis desde 2004: ONDE VOCÊ GUARDA O SEU RACISMO?

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