terça-feira, 13 de maio de 2008

ABOLIÇÃO (?) - PARTE II

Segundo dados de 2005 do Programa das Naçõs Unidas paelo Desenvolvimento - Pnud, a renda dos negros no país equivale à metade da média recebida por brancos. Por isso afrodescententes são 70% entre os mais pobres e não chegam a ser 10% entre os mais ricos. Ainda temos que conseguir nossa vitória mais importante: a abolição do preconceito social/racial no Brasil.

ABOLIÇÃO (?)

Há 120 anos a Princesa Isabel assinava a Abolição da Escravidão no Brasil. O problema é que depois da cerimônia Isabel voltou para o palácio e tocou o reinado, mas os ex-escravos que passaram dias comemorando não receberam qualquer tipo de auxílio que significasse inclusão social. Ná prática, por parte da elite não havia a intenção de que os negros libertos passassem a fazer parte de fato da sociedade como iguais. Prova disso é a idéia do embranquecimento que fez parte de um porgrama oficial de governo até os anos 40. A vinda de imigrantes europeus foi fortemente incentivada, mas a entrada de africanos no país foi terminantemente proibida. A intenção era que, com a mistura entre raças, a médio prazo não existissem mas negros no país.

Assim o brasileiro não aprendeu a valorizar a contribuição do negro para a história do Brasil ou reconhecer sua condição de igual. Tal situação há poucas décadas começou a mudar mas ainda há um longo caminho a percorrer.

Hoje é possível ver negros com destaque na sociedade, ainda que exista o que o americanos chamam de "black tax", taxa negra em português. Isso significa que para um negro chegar a uma posição de destaque, como um alto cargo numa empresa, precisa trabalhar pelo menos duas vezes mais que uma pessoa branca pra provar sua capacidade. Na TV também podem ser vistos, apesar dos personagens muitas vezes ocuparem posições subalternas. O ponto principal é que a discussão sobre o tema existe e não dá mais para fechar os olhos para uma questão que diz respeito a 45% da população.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

HÁ VAGAS PARA COTISTAS NA UERJ

Matéria veiculada pelo RJTV no dia 25 de abril mostrou que há vagas sobrando para cotistas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Em mais de metade dos cursos há mais vagas do que inscritos pelos sistema de cotas. É bom lembrar que na Uerj 20% das vagas são destinados a afrodescendentes, outros 20% a estudantes oriundos de escolas públias e 5% para deficientes, índios e filhos de policiais mortos em serviço. Em todos os casos é necessário apresentar documentação que ateste renda média bruta de até R$ 630 por pessoa da família.

A Uerj foi a primeira instituição de ensino do Brasil a adotar o sistema e tenho orgulho de fazer parte de sua primeira turma de cotistas, matriculados em 2003. Foi uma conquista de importância singular. Segundo pesquisa feita no ano do meu ingresso, 66% dos candidatos admitidos pela reserva de vagas eram a primeira pessoa na família a ter acesso ao ensino superior. Uma mudança social estrutural que nenhum tipo de bolsa-família oferecida pelo governo é capaz de fazer.

Então, que tal avisar a seu amigo que tem direito pra cair de cabeça nos estudos e aproveitar as oportunidades de sobra, fazendo valer um direito conseguido a duras penas? É tempo de vestibular!!! De 28 a 30 deste mês é possível solicitar isenção de pagamento da taxa das provas da Uerj e as inscrições começam em 1º de julho.

MAIS LEITURA

Agradeço as mensagens reebidas de alguns professores. Resolvi postar aqui outra dica de leitura bem interessante, sobretudo para mestres. "O Drama Racial de Crianças Brasileiras", de Rita de Cássia Fazzi, tem como tema central o preconceito racial na infância.

Segundo nota da autora, "entender como crianças, em suas relações, constóem uma realidade preconceituosa é de fundamental importância para a compreensão da ordem racial desigual existente no Brasil. É este o objetivo deste trabalho: descobrir, em termos sociológicos, a teoria do preconceito racial sugerida pela forma como as crianças observadas estão elaborando suas próprias experiências raciais. A conquista da igualdade racial passa pelo estudo dos mecanismos discriminatórios atuantes na sociedade brasileira."