segunda-feira, 16 de junho de 2008

UM GRANDE GRUPO COM POUCA UNIDADE

Desde o início do ano uma série de eventos estão acontecendo em comemoração ao centenário da imigração japonesa. No século passado cerca de 160 mil japoneses desembarcaram no Brasil para reforçar o trabalho das lavouras, sobretudo as de café no estado de São Paulo. Em meio à cobertura dos festejos feita pela mídia, me pergunto: E a imigração africana? Melhor dizendo, importação africana. Não se trata de pôr em dúvida ou diminuir a contribuição nipônica para a formação do nosso país. Mas será que os 4 milhões de negros que chegaram aqui forçados também não deveriam ter igual reconhecimento?

Tivemos mais um dia 13 de maio morno, com algumas solenindades oficiais e matérias em jornais impressos e televisionados sobre os 120 anos da data. Do dia 14 em diante, nada mais.

O fato é que a comunidade japonesa no Brasil é bastante unida e organizada. Desta forma, seus integrantes mantiveram costumes e tradições mesmo longe de sua terra natal, o que contribuiu para que o grupo marcasse seu espaço e importância até hoje. Os primeiros imigrantes japoneses chegaram por aqui a partir de 1908, através de acordos dos governos de ambos os países. O Japão superpopuloso precisava criar opções para desinflar as metrópoles e dar emprego à população. O Brasil ainda carecia de mão-de-obra que ocupasse o lugar dos escravos libertados duas décadas antes. De forma geral, a imigração era ainda uma estratégia da política do embranquecimento da nação, declarada oficialmente pelos políticos da época.

Já os africanos foram retirados à força de sua terra. Famílias foram separadas, tribos foram misturadas, nomes foram perdidos. Um de meus desapontamentos particulares é ter que assinar um sobrenome que remete a raízes que não me pertencem originalmente. Estes e outros pontos foram fundamentais para que os escravos não conseguissem criar um sentimento de unidade que nos ajudasse a conquistar o devido espaço até os dias de hoje. Obviamente a maginalização social imposta à etnia foi determinante, mas o fato é que os afrodescendentes não conseguiram transmormar quantitativo populacional em força e destaque na sociedade.

sábado, 14 de junho de 2008

AFRICANIDADE BRASILEIRA EM SALA DE AULA

Até o dia 23 de junho a UERJ recebe inscrições para o curso de extensão "Historia e memória afrobrasileira: a dimensão étnico-racial no contexto educativo-escolar". Uma ótima oportunidade para que os professores se preparem para pôr em prática a lei que institui o ensino da história do negro em sala de aula.

Para se inscrever é necessário ir até o auditório da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense. Informações pelo telefone 2772-6684 e 2671-7202.