segunda-feira, 28 de abril de 2008

DE GRÁTIS: BOAS DICAS DE LEITURA

Para quem procura bons livros sobre a contribuição do negro na formação do Brasil, aí vão dicas bastante úteis. A primeira é LITERATURA AFRO BRASILEIRA, organizado por Florentina Souza e Maria Nazaré Lima. A obra discute as principais questões sobre a influência e a retratação do negro na produção literária brasileira. Já DE OLHO NA CULTURA: PONTOS DE VISTA AFRO-BRASILEIROS, de Andréa Lisboa de Souza e Ana Lucia Silva Sousa, trata dos reflexos da africanidade nas nossas tradições como dança, arte, comida e idioma. Por último, Wlamyra de Albuquerque e Walter Fraga Filho preenchem uma importante lacuna com UMA HISTÓRIA DO NEGRO NO BRASIL, onde é descrita a história do da evolução do negro desde o início da escravatura até o pós libertação, ressaltando fatores que são hoje determinantes para a situação da etinia no país.

Os três são produções do Ministério da Cultura e têm linguagem fácil, mas não menos rica, já que são destinados a ser leitura complementar para estudantes do ensino médio. O conteúdo é de grande importância para esclarecer pontos importantes da nossa história. Todos podem ser baixados de graça pelo site da Universidade Federal da Bahia, que apoiou o Ministério na iniciativa. O site ainda oferece a opção de download da obra inteira ou apenas dos capítulos que interessarem ao internauta. Eu recomendo a leitura completa.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

RACISMO EM CAMPO

A justiça libertou na noite de ontem o jogador Ivo do América de Natal, preso após xingar um policial militar. Duarante um jogo entre América e Potiguar de Mossoró, no estádio Nogueirão, em Mossoró, o jogador se revoltou ao ser expulso e chamou de "macaco" um dos policiais que auxiliavam sua retirada de campo. Detido em flagrante, Ivo irá responder em liberdade pelo crime de injúria qualificada. Apesar de ter sido acusado de racismo pela vítima (artigo 140 do Código Penal), em casos como este a justiça costuma entender que houve ofensa a um indivíduo apenas e não a todo o grupo racial. Os dois crimes prevêm pena de 1 a 3 anos de detenção, sendo que a injúria permite o pagamento de fiança para que o acusado responda o processo em liberdade.

Em casos como este ficamos frente a frente com o preconceito que muitos dizem aqui não existir. O racismo ainda permanece arraigado em nossa estrutura social, mas fica latente, escondido sob as convenções sociais. O negro é igual ao branco e é inadequado dizer o contrário, mesmo que se pense assim. Mas quando o negro é o namorado da filha branca, a situação costuma mudar de figura. Da mesma forma, quando o negro está em posição hierárquica superior ou que represente poder, como no caso do jorgador, vem à tona sem máscara a inferiorização a que a raça ainda hoje é submetida. Como reflexão sobre este e tantos outros casos, me veio à cabeça a pergunta-tema da campanha promovida por entidades civis desde 2004: ONDE VOCÊ GUARDA O SEU RACISMO?

quarta-feira, 16 de abril de 2008

CULTURA NEGRA SE APRENDE NA ESCOLA

Alguém aí sabia que existe uma lei que garante o ensino na cultura e história do negro nas escolas? Apesar de ter sido criada em 2003, a lei 10.639 ainda não foi implementada na maior parte das escolas públicas do país.

Leonor araújo, Coordenadora Geral da Diversidade do Ministério da Educação, afirma que já foram produzidos 18 livros voltados para a temática étnico-racial em sala de aula, mas admite que muitos dos 2 milhões de professores da rede ainda não têm qualificação para incluir a temática afro-brasileira ao conteúdo das disciplinas. Este mês, em encontros promovidos pelo MEC nas cinco regiões do país, serão apresentadas experiências bem sucedidas de introdução do tema na escola. O assunto também esteve em debate na Conferência Nacional de Educação Básica realizada esta semana, em Brasília.

A valorização da história do negro do Brasil em sala de aula é uma reivindicação antiga do movimento negro por ser peça indispensável para a superação do preconceito no país. É preciso dar rosto aos heróis, nome aos mártires e reconher a importância da participação dos afrodescendentes na formação da nação. Faltam ainda bons modelos para que a criança negra crie orgulho da sua cor e cultura. A discussão do assunto desde a infância permite que a percepção das diferenças, que em geral acontece nessa época, evolua para a valorização do povo brasileiro em lugar da perpetuação do racismo velado.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

MONOGRAFIA ENTREGUE!!!!!!

A todos que acompanharam meu "drama" dos últimos meses e torceram por mim, aviso que minha monografia foi entregue e aprovada com conceito A!! Meu tema foi"O negro na mídia e no telejornalismo brasileiro". Infelizmente não contei com um professor especializado na questão racial, como gostaria. Mas ainda assim o trabalho foi bem recebido pela banca.

Apontei os motivos que levam a mídia a sub-representar o negro - especialmente na TV - reproduzindo o preconceito velado que ainda está entranhado na sociedade. É incrível como ainda somos reféns de estereótipos e folclorizações na telinha e acredito que quanto mais falarmos do tema, mais fácil se tornará sua evolução para a real igualdade.

Foquei a pesquisa na participação de profissionais negros no telejornalismo, produto percebido como reprodução da verdade, mas que ainda reflete a carga histórica da discriminação ainda não superada. Nas TVs públicas e privadas ainda somos menos de 10% entre os jornalistas que ficam à frente das câmeras. Que imagem da verdade é esta que se quer vender, quando a participação de apresentados e repórteres negros ainda não equivale à real presença do afrodescendente na população?